quarta-feira, 28 de março de 2012

Crianças surdas podem frequentar escolas regulares?

Recentemente, o ministro da Educação, Fernando Haddad, apresentou uma proposta que visa a estimular a inclusão de estudantes com deficiência visual  e auditiva em escolas regulares. A iniciativa trouxe à tona, mais uma vez, a discussão em torno da educação adequada aos alunos com perda auditiva.

A meu ver, como profissional da área da fonoaudiologia, a escolha da instituição de ensino para uma criança com essa deficiência é sempre uma questão difícil. Esta decisão deve ser tomada com cautela, após muitas reflexões e conversas com profissionais e famílias que vivenciam ou passaram pela mesma situação.Para alguns, a inclusão do surdo em uma classe de estudantes ouvintes auxiliará no seu desenvolvimento, mas, para outros, esta medida pode ser prejudicial à criança, que será impedida de se desenvolver segundo a própria cultura surda e, ainda, pode ser prejudicada em relação às avaliações e aos resultados, como as notas.
Quando refletimos sobre este tema, devemos pensar que existem diversos graus de perdas auditivas e que, para cada criança, pode-se pensar em uma solução educacional diferente. No caso dos pequenos com perda auditiva de grau leve a moderado e que estejam devidamente adaptados aos aparelhos auditivos, por exemplo, a inclusão em classes de alunos ouvintes pode ser positiva, desde que haja estrutura suficiente para que a criança tenha acesso a todas as informações em sala e vivência da escola.
Já para as crianças com surdez profunda, acredito que a escolha da escola ideal pode ser mais difícil, pois, nestes casos, o impacto da perda auditiva é maior. Portanto, a análise das instituições deve ser feita pacientemente. Além disso, diversos fatores também precisam ser avaliados e discutidos, como estrutura e o preparo dos professores para lidarem com deficientes auditivos.
Para aqueles que defendem o desenvolvimento da capacidade de falar em crianças deficientes auditivas, a convivência com alunos ouvintes é fundamental. Para a comunidade surda, porém, escolas especiais proporcionam ambientes mais adequados para o desenvolvimento total da criança deficiente, por meio do bilinguismo.
Com base nesse cenário e até mesmo em casos de pacientes que já passaram pelo meu acompanhamento, é importante que a família entenda que existem diferentes a serem avaliadas e que se deve considerar a que melhor responde aos seus questionamentos e anseios. Importante ressaltar também que os professores e a direção da instituição de ensino devem ser avisados sobre alunos especiais, para que os educadores se preparem para conviver com eles e entendam suas necessidades e peculiaridades, como a expressão facial, que, no caso do deficiente auditivo, contribui para a compreensão da informação e dos conteúdos apresentados em sala de aula.
* Maria do Carmo Branco é fonoaudióloga

quinta-feira, 22 de março de 2012

Requerimento de Audiencia Publica EDUCAÇÃO DE SURDOS RS 2012

 Audiência Pública aprovada por unanimidade dos deputados da Comissão de Educação da ALERS na última 3ª feira, com foco na discussão da Educação de Surdos no RS.
 Veja acessando no link:
 www.youtube.com

Obrigada Ana Paula Jung pelo seu trabalho e dedicação na causa!

sábado, 10 de março de 2012

Você conhece esta pessoa?

Tudo começou quando em uma noite sexta-feira, no mês de novembro de 2011, ocorria normalmente a aula do Curso de Formação de Instrutores de Libras no Centro de Apoio ao Surdo (CAS-PE), localizado na Escola Estadual Gov. Barbosa Lima. Cerca de 25 alunos surdos assistiam aula do professor Antônio Cardoso, quando uma professora ouvinte da Escola pediu licença e mostrando a foto de Jorge no celular perguntou se algum de nós o conhecia. Alguns alunos afirmaram já ter visto-o há alguns anos atrás, mas que não tinha informações sobre sua família.


Depois disso, o Conselheiro representante da FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos) relatou o caso no CONED-PE (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e, a partir daí a advogada Ana Borges, representante da OAB (mãe de uma surda), também Conselheira do CONED-PE, passou a se dedicar a solucionar o caso.



Agora, ainda estamos procurando a família do "Jorge" para que ele possa ter referências de sua história e seus documentos. Caso a família não seja encontrada, serão feitos novos documentos para ele através de ordem judicial, pois o Jorge precisa ter sua cidadania garantia, mesmo que seja tão tarde.


Como Representante da Feneis-PE agradeço a Antônio Cardoso, Nelson Valença, Jaqueline Martins, Ana Borges e demais membros do CONED-PE e das outras instuições envolvidas, pela dedicação a resolução este caso.


Caso alguém tenha alguma informação sobre a família de "Jorge", entre em contato conosco.


Atenciosamente
Mariana Hora
Comissão Provisória da FENEIS-PE

Leiam as reportagens a seguir para conhecer a história de "Jorge" um surdo, analfabeto (em Libras e em Português), que passou 3 anos preso e não tem referências de sua família.

Fontes: Fonte: http://marianahora.blogspot.com em 07 de março de 2012
Fonte: